terça-feira, 28 de outubro de 2008

ERSE QUE OS PARIU!

Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve.

o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores. Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios.

Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês - ou seja, 2.400 contos - durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego.

Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?».

E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!».

E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 2.400 contos por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?».

Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos».
Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE foram mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a bênção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.

Mas voltemos à nossa história. O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo. 18 mil euros seriam mais de 3.600 contos, ou seja, mais de 120 contos por dia,

Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE?

A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético.

E pergunta você, que não é burro: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?». Parece que não. A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço.

Ou seja, a ERSE não serve para nada!
Ou melhor... servir serve...


Ora... vejam aqui ...


Isto tudo apenas porque.... (clique aqui e engula faz favor)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Há 6 dias que não fumo!



Champix podia muito bem ser um nome de um champô anti-piolhos, mas não é.

Também podia ser mais uma treta que não passa de nicotina sobre outra forma que não a "fumada", mas não é.

Não recebo comissão da Pfizer, mas a minha experiência nestes primeiros 6 dias é que realmente esta treta ajuda mesmo buéréré.

É claro que custa exactamente o valor dos cigarros, mas isso é apenas marketing, ou melhor, posicionamento de produto, ou melhor, lógico.

Se quiserem saber mais perguntem.

TUDO sobre os novos Fundos Imobiliários. SIMPLES

Eu pago impostos ao estado.
O estado empresta dinheiro aos bancos a juro zero.
Logo eu empresto dinheiro aos bancos a juro zero.

Os bancos emprestam-me dinheiro (que eu lhes emprestei anteriormente a juro zero) para eu comprar uma casa, cobrando-me, a mim, 6% de juros, ou mais.

Ao fim de poucos anos, deixo de ter dinheiro para pagar a prestação ao banco. O banco compra-me a casa (por um valor mais baixo do que eu a comprei porque entretanto diz qua a minha casa desvalorizou...) e arrenda-ma por 80% do valor da prestação que anteriormente pagava, ou seja, mais ou menos a mesma merda.
Daqui a uns anos o banco vende-me a casa por um valor superior (porque entretanto, diz o banco, a casa valorizou...) e eu, se tiver ganho o euromilhões, pago.
Simples.

sábado, 11 de outubro de 2008

Call Center...

Assistente: Qual é a marca do seu telemóvel?
Cliente: É um... É um... Borsch...
Assistente: Um Bosch 509?
Cliente: ... Um Mostorbosch...
Assistente: Um Mitsubishi?
Cliente: Isso, um Masturbischi.

Onde para a ASAE?

Ir à casa-de-banho dá lucro

Compensa ir à casa-de-banho para fazer as necessidades, no sul da Índia. Um dólar por mês é o que as autoridades de higiene estão a pagar para os homens usarem o urinol em vez da rua, nas zonas rurais.

Dúzias de pessoas estão em fila de espera para usar a casa-de-banho em Musiri, uma cidade no estado de Tamil nadu, onde as autoridades estão a ter sucesso em manter os cantos das ruas limpos, noticiou o Time of India, no domingo.

«De facto, muitos de nós começámos a usar o urinol só depois desta campanha», disse S. Rajasekaran, um empregado de limpeza de camiões.

Um membro da Universidade de Agricultura do Estado acrescentou que estavam a recolher amostras de urina para a testar enquanto fertilizante...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Let's Dance!

Até eu que que não vou muito com esse ritual sexual... chamado de dança, fiquei pasmado!


Avaliação dos professores - Opinião de uma advogada

Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto par a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc.).
Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.
A carreira seria dividida em duas:
Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e Médico.
A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços.
Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.
O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc...
A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética...
Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim.
A questão é saber se consideram aceitável o modelo?
Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões?
Será???!!!
Já agora...
Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da República e pelos (des)governantes...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Vale a pena ler!

O autor deste texto é João Pereira Coutinho , jornalista. Vale a pena ler!

"Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"